domingo, 26 de setembro de 2010

Tropa de Elite com a Câmera na mão


Policiais usam câmeras para registrar operações com apoio dos comandos
Publicada em 25/09/2010 às 19h21m
Célia Costa

RIO - Uma câmera na mão, a arma ao alcance da outra e um roteiro que pode mudar (e muda mesmo) a qualquer momento. Assim tem sido o dia a dia dos policiais videomakers que, com equipamentos comprados com recursos próprios, têm documentado a guerra cotidiana contra o crime. Tanto na Polícia Civil quanto na Militar tem crescido o número de agentes que gravam operações policiais - que a imprensa, muitas vezes, não consegue registrar por questões de segurança. Alguns policiais já filmam até a movimentação de bandidos quando fazem campana, que, no vocabulário policial, significa vigiar.
Os vídeos, além de mostrar para a população a ação dos policiais, estão sendo usados também em cursos de formação de novos agentes. Dentro das corporações, o uso das câmeras não é oficial, mas os policiais cinegrafistas têm recebido apoio de seus comandos.
No Batalhão de Operações Especiais (Bope), a atuação dos videomakers não é oficial, mas o comando da tropa de elite já criou até um setor de comunicação. Lá, os policiais têm equipamentos para editar as imagens registradas nas operações. A câmera já tem até lugar garantido na mochila que o policial do Bope carrega quando está em ação.
Já existem casos em que essas filmagens resultaram em provas usadas no tribunal. Um investigador da Polícia Civil, hoje lotado na 13ªDP (Ipanema), com 12 anos na polícia, começou a usar sua câmera em 2005. Integrante da equipe da delegada Monique Vidal, o policial fez um vídeo em 2006 quando foi montada uma campana para flagrar o comércio de drogas numa das bocas de fumo do Morro Chapéu Mangueira, no Leme. A vigília culminou numa operação na favela, com intenso tiroteio e a prisão de vários traficantes. No julgamento de um deles, que foi condenado, o vídeo foi usado como prova.

Fonte: Jornal O Globo 26 de set 2010

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