quarta-feira, 26 de maio de 2010
Bope abre suas portas para tropinha
Bope abre suas portas para tropinha de elite feminina
Crianças da Favela Tavares Bastos têm aulas de ginástica na sede do batalhão.
Filhos de policiais também têm chance de conhecer sede nos fins de semana.
As meninas vêm da Favela Tavares Bastos para ter aulas no Bope: Natasha, à frente, é a mascote da turma, com 5 anos. Veja galeria (Foto: Daniella Clark/G1)saiba mais
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As portas do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), em Laranjeiras, Zona Sul do Rio, são abertas pelo menos duas vezes por semana para uma tropinha de elite feminina. As meninas de 5 a 12 anos vêm da favela Tavares Bastos para aprender os movimentos de ginástica rítmica na sede do batalhão, algumas vezes ao som de gritos de guerra dos soldados ao fundo.
O projeto “Mudança de ritmo”, da ONG Gente Brasil, vem sendo mais uma ponte entre o Bope e a comunidade, livre do tráfico de drogas desde que o batalhão passou a ser seu vizinho, em 2000.
“Adoro me esticar”, diz Fernanda Cavalcanti, de 12 anos, que mora desde os 2 na favela. “Quero continuar até virar uma grande atleta.”
Fernanda e mais 11 meninas aprendem os primeiros passos da ginástica rítmica com a professora Bárbara Frattane no espaço cedido pelo batalhão: um salão com uma bela vista do Rio e a famosa caveira, símbolo da tropa de elite da PM, estampada na parede. Acostumada a dar aulas para atletas e crianças de escolas particulares há 15 anos, Bárbara descobriu ali que seu trabalho vai além da busca pela excelência nos movimentos.
“As notas das meninas saíram do vermelho e houve reflexo também no comportamento delas”, explica. “Temos que aprender a lidar com os problemas que elas têm em casa e ajudá-las. Muitas vezes o pai está preso, a família tem problemas”.
Mulheres e idosas no batalhão
O projeto foi levado para o batalhão por Gabrielle de Los Rios, diretora executiva da ONG Gente Brasil, que desenvolve projetos semelhantes em outras comunidades carentes do Rio. Além das aulas para as crianças, outras 60 mulheres e idosas têm aulas de ginástica duas vezes por semana no batalhão.
“Temos às vezes três gerações de uma mesma família aqui, avó, mãe e filha”, conta Gabrielle.
Apenas uma grade e um portão separam a sede do Bope, com 400 policiais, da favela vizinha, onde moram cerca de 6.500 pessoas. Ali, diz a PM, o tráfico não entra desde que a sede do batalhão foi transferida para o alto do morro, de onde se tem uma vista panorâmica da Baía de Guanabara.
“Não existe tráfico de drogas, não existe morte, provavelmente é o lugar mais seguro do Rio de Janeiro. Mas não posso dizer para você que não tem crime, porque esse lugar não existe”, explica o comandante Pinheiro Neto. “Esse projeto com a comunidade é mais um serviço que o Bope presta com o objetivo que o Rio seja um lugar melhor para se viver.”
Projeto Bopinho leva filhos de policiais ao batalhão
A professora Bárbara Frattane dá aulas de ginástica rítmica há 15 anos: primeira experiência com crianças de comunidades carentes. (Foto: Daniella Clark/G1)Mas as meninas da Tavares Bastos não são as únicas com sinal verde para visitar a sede da tropa de elite. Com a idéia de unir pais e filhos de policiais no batalhão, foi criado o “Projeto Bopinho”, também com apoio da ONG Gente Brasil.
A primeira edição do projeto ocorreu no último sábado (10), quando cerca de 60 crianças participaram de gincanas, escaladas e atividades lúdicas ao lado dos pais.
A idéia, segundo o comandante, é repetir a dose uma vez por trimestre.
“O filho do policial quer conhecer onde o pai trabalha, sente-se orgulhoso”, explica o sargento Max Coelho.
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